sexta-feira, 28 de setembro de 2018

Base de dados do IBGE

Sobre dados e estatísticas

Esse é o terceiro texto da série de pesquisas que tenho feito para escolher os meus candidatos em 2018 e que resolvi compartilhar com meus amigos. Essas pesquisas eu tenho feito há algum tempo já, então minha opinião já está formada, não pela mídia, muito menos por fake news de redes sociais, mas sim por dados, fatos e informações que eu mesma tenho buscado, em fontes confiáveis.

Não é fácil, eu sei, principalmente para pessoas leigas ou que nunca fizeram uma pesquisa científica e que não sabem por onde começar. Números podem ser manipulados pela mídia sem chegarem a ser uma mentira e, se eu não tenho acesso a informação de base para olhar com meus próprios olhos e analisar com minha própria cabeça, fico acreditando cegamente naquilo que dizem.

Por isso, pra mim, a coisa mais importante num país é a educação! Não a educação que castra e reprime o indivíduo, mas sim a educação que faz pensar, raciocinar, olhar fora da caixa. É essa educação que vai fazer dos nossos filhos cidadãos que não vão aceitar mentirinhas de internet e que vão olhar com outros olhos as estatísticas do jornal nacional (em minusculo mesmo!). Mas esse texto ainda não é sobre educação!

Nesse texto resolvi falar sobre uma das bases de dados mais antigas e confiáveis do nosso país, os pesquisadores e universitários já devem estar acostumados com ela, mas acredito que a população deve acessá-la bem pouco. Em geral ela serve de dados secundários para muitos estudos realizados no país, em outros institutos de pesquisa e nas universidade, vou apresentar pra vocês a base de dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

O IBGE é o principal provedor de dados e informações do País, ele atende às necessidades de diversos segmentos da sociedade, órgãos do governo federal, estadual e municipal, universidades, ONGs, enfim, são dados que possuem muita utilidade pra gente ter ideia de como está nosso país e como ele vem evoluindo em diversos aspectos, tais como economia, educação, sustentabilidade, equidade social, erradicação da pobreza, etc.

Esse instituto foi criado em 1934, com o nome de Instituto Nacional de Estatística e, em 1937, foi instituído o Conselho Brasileiro de Geografia, incorporado ao INE, e passou a se chamar Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Desde então sua missão é identificar e analisar o território, contar a população, mostrar como a economia evoluiu através do trabalho e da produção das pessoas, revelando ainda como elas vivem. No link abaixo você pode conhecer um pouco mais desse instituto e os trabalhos que ele realiza:


O Portal do IBGE é meio chatinho, os dados são difíceis de localizar e analisar, por serem muitos e coletados/apresentados das mais diversas formas, mas, no meio das minhas pesquisas, encontrei um canal de apresentação de dados que eu acredito ser recente, pois eu ainda não conhecia apesar de conhecer os dados do IBGE e trabalhar com eles desde 1997. Esse canal é do próprio IBGE e denomina-se "Séries Históricas e Estatísticas", abaixo está o link geral do site:


Se você clicar na aba Temas e Subtemas terá acesso aos dados que estão disponibilizados no portal e poderá selecionar qualquer um para obter a planilha com os dados e um gráfico gerado automaticamente pelo sistema.


Por exemplo, selecionando o tema "desenvolvimento sustentável - indicadores ambientais e sociais » dimensão social » Trabalho e Rendimento - Taxa de desocupação" o portal irá apresentar os dados das taxas de desemprego do país no período de 2003 a 2015. Neste mesmo tema existem uma variedade de outros dados que você poderá analisar.



Esse portal é bem bacana pra gente ficar fuçando, sei que parece coisa de nerd maluco ficar brincando com dados estatísticos e gerando gráficos pra analisar o que eles dizem, eu sei! Mas acredite, é legal! Eu fiquei horas olhando os dados, gerando os gráficos, baixei algumas planilhas em excel pra gerar meus próprios gráficos, encontrei alguns dados que achei super interessante, dos quais eu não tinha a menor ideia, como por exemplo os dados de domicílios sem geladeiras no país. 


Você imagina uma casa sem geladeira? Você imagina a SUA casa sem geladeira? Pois é, eu não imagino! Mas em 2001 14,8% dos domicílios brasileiros não tinham geladeira e esse número foi reduzindo ao longo dos anos e, em 2015, esse percentual caiu para 2,17. Geladeira é um bem de consumo durável muito importante, do tipo que só não tem quem está numa situação de pobreza muito grande, então eu penso que a vida de 12% da população mais pobre do país deve ter melhorado ao longo desses anos, porque agora essas pessoas já possuem uma geladeira em suas casas. E quando fui olhar esse dado espacializado por região eu fiquei mais assustada ainda, no Nordeste o número de famílias sem geladeira era de 35%! O gráfico abaixo foi gerado por mim e mostra esse dado distribuído por regiões e para o país todo.


Eu analisei outras informação, vi que a mortalidade infantil vem diminuindo muito ao longo do tempo e temos que pensar em governantes que falem desse tema com seriedade, pois é urgente que esses números cheguem a ZERO! Nossas crianças não podem morrer por descaso NOSSO! Eu digo NOSSO porque as crianças que mais morrem estão nas periferias, são crianças que não vemos e que precisam de mães, mulheres, com condições dignas de trabalho, saúde, vida, para cuidar delas. Na maioria são crianças sem pais, somente as mães arcam com a responsabilidade! Nossos governantes precisam pensar nas mulheres, nas mais pobres, nas negras, nas que estão em situação de pobreza extrema ou em situações de risco e nós precisamos sair da caixa e pensar em realidades que são muito diferentes das nossas, pessoas sem nossos privilégios e que precisam ser vistas e acolhidas pelo Estado.

Pesquisei os dados de evasão escolar e analfabetismo e esses dois valores também diminuíram, mas temos que pensar em escolas de qualidade e não podemos aceitar o analfabetismo funcional também, sabe essas pessoas que fazem a leitura de um texto mas não entendem nada?? Essas pessoas que olham um gráfico e só conseguem ver pauzinhos por mais simples que o gráfico seja? Precisamos que a educação do nosso país construa uma geração de pessoas que saibam pensar por si mesmas, pessoas críticas, livres de preconceitos hipócritas!

Os dados da produção agropecuária de soja e milho também são bem interessantes, vale a pena fazer uma pesquisa no Google para avaliar como está a produção nacional em relação à produção mundial. Eu analisei algumas coisas, mas não analisei tudo. E também não fiz análises mais complexas porque eu queria simplificar a informação e mostrar o portal para que outras pessoas possam acessar e fazer as próprias pesquisas, ou no mínimo terem noção de que nem sempre o que falam é toda a verdade dos fatos!

Pra finalizar, o IBGE também possui um portal de notícias no qual ele divulga os dados analisados na forma de matérias, é bem interessante, principalmente considerando que você poderá ter acesso aos dados brutos pra ver se a matéria é condizendo com os fatos mesmo. Eu gostei muito dessa matéria sobre o acesso de jovens pretos e pardos à universidade que, segundo o IBGE, triplicou em dez anos:

https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-sala-de-imprensa/2013-agencia-de-noticias/releases/14319-asi-sis-2012-acesso-de-jovens-pretos-e-pardos-a-universidade-triplicou-em-dez-anos

Ainda no portal de notícias a gente pode acessar a "Revista Retratos" que também possui matérias que analisam os dados levantados pelo instituto buscando estreitar sua relação com a sociedade, através de reportagens sobre temas atuais, você pode baixar as revistas em pdf ou ler os artigos no próprio site:

https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/revista-retratos.html

Eu particularmente separei alguns temas pra ler com mais carinho depois: o tema "Somos todos iguais?", da revista nº 11, o tema "casamento homoafetivo", da revista nº 07, e o tema "Todas nós podemos", da revista nº 9



Então agora é com você! Vai lá e faz suas análises, leia as matérias que mais te interessa, pense, reflita, questione! Depois você compartilha aqui comigo e me diz qual a sua percepção do nosso país a partir daquilo que está além da mídia tradicional! Vamos discutir em cima de dados reais e parar de publicar Fake News? Que tal?

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