terça-feira, 13 de dezembro de 2016

Filho



Eu sempre te espero para o Natal, há mais de uma década (quase duas), te espero para o Natal. Claro que espero para o dia das mães, para meu aniversário, para o seu aniversário, para levarmos café na cama pro papai no dia dos pais, mas para o Natal é uma espera diferente! Uma espera de quem pede um milagre para Jesus ou da criança que espera o presente do Papai Noel, que nesse meu coração cristão é mais ou menos a mesma coisa!

Esse ano não foi diferente, entrei novembro com o coração cheio de esperança, verde e grávido dessa espera, mais grávido do que nunca. Mas não durou até dezembro, quando a assistente social nos disse que nosso processo só seria retomado em fevereiro, que passaríamos o Natal fora do Cadastro Nacional e isso representaria possibilidade zero de você chegar. Um balde de água fria na cabeça, mas não uma água fria no calor de Belém, foi aquela água fria no inverno catarinense, sem perspectiva de banho quente nos próximos dois meses! Frio e desesperança no coração!

Chorei (muito), entristeci, coração ficou desesperançoso e dolorido, justo o coração grávido de você! Mas aí a noite passa, o dia amanhece novamente e o sol, que sempre promete e sempre cumpre, volta a brilhar e a aquecer. Me aqueço mais uma vez.

Enfeito a casa pro Natal! Monto árvore e presépio, coloco você em cada canto, pra um dia saber que já era amado e esperado, muito amado, muito esperado! O coração volta a ser somente amor, esperança e fé. Esse coração em que seu espírito habita, enquanto seu corpinho habita o ventre de outra mulher.

Mando a tristeza embora e, como boa Fênix que sou, volto a te esperar para o próximo Natal...