quarta-feira, 1 de junho de 2011

6 bilhões de outros

Olhando o site do projeto "6milliards d'autres" [http://www.6milliardsdautres.org/] e vendo as fotografias das pessoas, lendo algumas respostas e vendo alguns vídeos fiquei pensando no quanto olhamos pro nosso próprio umbigo, sempre, e sempre, e sempre... Agimos como se nossos sonhos fossem os únicos legítimos, as nossas dores fossem as únicas a doerem de verdade e as nossas verdades fossem as mais verdadeiras, mais verdadeiras que as do resto do mundo. Todas as pessoas são legítimas, todos os sonhos são reais e todas as verdades fazem parte de uma grande colcha de retalhos, que é o todo. O incrível é que, mesmo tendo essa visão fragmentada do mundo, fazemos parte do todo. De alguma forma misteriosa eu estou conectada com a Aline, uma francesa de 24 anos, professora e que espera um bebê. A foto da Aline é linda, grávida e olhando pro futuro ao olhar pra própria barriga. A Aline tem sonhos, tão lindos e legítmos quanto os sonhos de todas as outras pessoas do mundo: "6 bilhões de outros"

Me entristece profundamente  ver um projeto tão lindo e em seguida postar uma mensagem noticinado a morte de um casal que lutava apenas para manter a floresta viva. Morte não, assassinato! Pessoas morrem para manter seus sonhos vivos!!! Sonhos de um mundo melhor e mais justo, um mundo ecologicamente equilibrado, com água para todos, alimentos para todos, oxigênio para todos, verde para todos...

Mas por outro lado a contradição entre a morte do casal extrativista do PA com o projeto francês para mostrar os sonhos dos "outros" alimenta a minha pontinha de esperança, aquela que acredita que os bons são maioria! E estou eu aqui e você aí para comprovar o que estou dizendo. Os bons são sim, maioria!


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