quarta-feira, 1 de junho de 2011

Aos meus pais, Maia e Vera.

Tudo o que sou teve origem naquilo que vocês eram, naquilo que vocês foram... Sou um pouquinho da luz dos vaga-lumes que olhávamos por horas, nas noites escuras de roça... Sou o brilho das estrelas cadentes que caíram nos meus sonhos enquanto ficávamos deitados nas esteiras de taboa olhando o céu estrelado e declamavas “Ouvir estrelas... certo perdeste o senso...” Perdi o senso e agora sou a água doce das cachoeiras que nos banhávamos nos dias de calor... Calor... Sou o calor do fogão de lenha com cheiro de pamonha dos dias de inverno... Sou a brisa das tardes de pescaria na represa... Sou o doce do doce de abóbora com coco... Sou as páginas dos livros que folheávamos juntos enquanto dizias “Livros, livros à mão cheia, ..., o livro caindo n’alma, é germe que faz a palma, é chuva que faz o mar...”. Sou o livro... Sou o poeta e o poema... Sou o bolo de fubá com café e a aspirina com cafuné... Sou bolo de aniversário com velas e parabéns e Natal cheio de gente com o presépio escondendo o presente... Sou festa nas tardes de domingo pra comemorar o “estar vivo”... Ahh! Também sou chuva, pra molhar a horta, pra brotar a rosa, pra ter cheiro de terra molhada... Sou sonhos e estórias de princesas encantadas... Sou fruta madura colhida no pé e passarinho solto no mato observado de longe, em silêncio... Sou o silêncio... Mas também sou a gargalhada boa e gostosa de crianças que brincavam descalças na estrada de terra... Sou a Terra... Sou essa menina que acredita num mundo justo e bom, bom como o café preto e forte levado na cama de manhã... Sou assim, acredito nas pessoas e na bondade como essência do ser humano... Acredito no AMOR e no perdão... Acredito na vida... Agora não mais com a ingenuidade da criança, mas com a felicidade do adulto que é o que sempre sonhou.
Obrigada, pai e mãe, obrigada...



Sou a continuação...

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