quarta-feira, 1 de junho de 2011

A casa amarela

Quantas pessoas abrigaram seus sonhos naquela casa amarela?
Quantas pessoas fizeram juras de amor,
fizeram amor,
amaram de verdade,
nessa casa perdida no meio da cidade?
Quantas crianças nasceram,
quantas correram e cresceram
nos seus espaços internos?
E os sonhos desfeitos?
A descoberta dos defeitos?
A superação da dor?
Quantas pessoas choraram,
e com palavras duras se magoaram?
Quantas viram a chuva das janelas?
E as mulheres, os talheres, as panelas?
Será que houve poesia,
e música nos fins de tarde?
Será que os risos ecoavam pela alameda,
derrubados dos galhos daquela árvore?
A árvore de frente da casa amarela.
A vista que dá pro rio.
A espera do que hoje é vazio.
A esperança de aplacar o frio?
Frio d'alma numa terra que não esfria?
Quantas pessoas...
Algumas sorriram atoa...
Outras sorriram em festas...
Será que houve serestas?
E se pudéssemos ouvir,
o ruído daquilo tudo que hoje está perdido,
no tempo,
na água,
nas frestas?
Ah! Quanta vida foi vivida,
naquela casa amarela!!

Janaina Maia (15/05/2011 - Belém do Pará)

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